2020 foi um ano que não passou. Não passou na minha mente, não teve registro, carente de ritos de passagem. Hoje, dia 20 de dezembro, me dou conta, finalmente, em lágrimas e soluços, que dezembro chegou. Eu tenho agenda, diário, trabalhei todos dias, marquei cada um deles, mas foi só o intelecto que viu a passagem do tempo. Não comemorei aniversários, nem festas, nem férias, nem feriados. Me dou conta agora que não sei diferenciar março de julho de agosto de novembro, de nada. Parece que tudo aconteceu num segundo. Um tempo indiferenciável, como num sonho, não sei dizer quanto tempo passou. O tempo é o intervalo entre dois acontecimentos, uma medida. Assim como o espaço, uma medida entre duas coisas. Sem ter essas coisas, os ritos de passagem, não medi o tempo. Estava, até agora, simplesmente esperando chegar o Natal para poder estar com minha família e aí, sim, comemorar e marcar o fim do ano de 2020. Mas não haverá esse Natal esperado ( https://arranhoes.blogspot.com/2014/12/natal-